"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

terça-feira, 29 de março de 2011

Argentina já colocou na prisão 486 acusados por crimes durante a ditadura.


Entre eles, três ex-presidentes da República foram condenados. Naquele período, mais de 30 mil argentinos foram mortos ou se encontram desaparecidos

Ao contrário do que ocorre no Brasil, na Argentina, lugar de torturador é na cadeia, mesmo que esse tenha sido presidente do país. Por conta dos crimes cometidos pelo governo nos últimos anos de chumbo de lá (1976-1983), três presidentes-militares que governaram o país no período foram julgados e presos.

Segundo entidades de direitos humanos, um total de 486 ex-militares do Exército, Marinha, Aeronáutica, polícias e forças nacionais envolvidos em mais de 30 mil mortes ou desaparecimentos no período, foram julgados e presos, sem direito a recursos, nos últimos cinco anos graças a anulação de leis que travavam julgamentos, promulgadas em 2006, pelo governo Néstor Kirchner (2003-2007).

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo publicada neste domingo 27 não existe paralelo com qualquer país da América Latina, Leste Europeu ou África, que tenha prendido seus torturadores sem a necessidade de um tribunal especial ou de exceção. Como aconteceu com o ex-presidente Jorge Videla, que foi condenado à prisão perpétua aos 85 anos por crimes de sequestro e tortura. Reynaldo Bignone, também ex-presidente, pegou pena de 25 anos.

Um dos próximos processos a ter julgamento é o da chamada “Operação Condor”, uma aliança militar entre os países da América do Sul sob regime ditatorial.

Por outro lado, segundo a reportagem da Folha, a Justiça Militar argentina processou 350 militantes de esquerda enquanto no Brasil a justiça processou 7.400 e no Chile 6 mil, durante os anos de suas respectivas ditaduras. Uma demonstração clara de que, por lá, a via judicial não era o caminho mais usado para que o governo enfrentasse seus opositores.

Texto publicado pela: Carta Capital
28 de março de 2011


Na recente visita da presidente Dilma Rousseff na Argetina, em encontro com as Mães e Avós da Praça de Maio, grupo de mulheres responsáveis pela escancaramento dos arquivos e punição dos responsáveis pela ditadura Argentina, fizeram um apelo à Presidente Dilma para que sejam abertos os arquivos do regime militar brasileiro.

Estela Barnes de Carlotto, uma das líderes do resgate da "memória da ditadura" Argentina, observou a necessidade de se fazer um levantamento do número de desaparecidos políticos entre os anos de 1964 e 1985, época do regime militar no Brasil.

A exemplo da Argentina, o Brasil também deveria julgar e punir severamente os culpados pelas atrocidades cometidas durante os anos da Ditadura, numa tentativa de honrar a memória dos nossos mortos.

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