"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

terça-feira, 8 de março de 2011

Admiráveis mulheres brasileiras, uma homenagem para quem foi capaz de fazer a própria história..

"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita".
Mahatma Gandhi


PATRÍCIA GALVÃO
Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu, nasceu em São João da Boa Vista (1910 – 1962) foi uma escritora e jornalista brasileira. Militante comunista teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922. Foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas.

Com 18 anos, mal completara o Curso na Escola Normal da Capital (São Paulo, 1928) e já está integrada ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. É logo considerada a musa do movimento. Mas, em 1930, escandalizou a sociedade conservadora de então: Oswald separa-se de Tarsila e casa-se com Pagu. No aspecto político, os dois se tornam militantes do Partido Comunista.

Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos Pagu é presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Era a primeira de uma série de 23 prisões, ao longo da vida. Logo depois de ser solta, em (1933), partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido e o filho.

Em 1935 é presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, e é repatriada para o Brasil;. Separa-se definitivamente de Oswald, por conta de muitas brigas e ciúmes. Ela retoma sua atividade jornalística, mas é novamente presa e torturada pelas forças da Ditadura, ficando na cadeia por cinco anos.

Ao sair da prisão, em 1940, rompe com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. Integra a redação de A Vanguarda Socialista junto com seu marido Geraldo Ferraz.


MARGARIDA ALVES
Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, presidente do Sindicato de Trabalhadores rurais de Alagoa Grande, município do Estado da Paraíba, foi covardemente assassinada por um pistoleiro, a mando dos usineiros da região do brejo paraibano.

O crime brutal aconteceu em 12 de agosto de 1983, Margarida estava em frente a sua casa com o marido e o filho, quando um matador de aluguel deu um tiro de espingarda calibre 12,em sua cabeça. Dos cinco acusados de serem os mandantes do crime, apenas dois foram julgados e, em seguida absolvidos.

As mulheres trabalhadoras rurais brasileiras iniciaram a sua organização a partir de movimentos sociais específicos. É nesse contexto que Margarida torna-se uma das mulheres pioneiras na luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil, desde então, 1973 ocupava a presidência do STR e, na época da sua morte havia movido 73 ações trabalhistas contra os latifundiários da região, desafiando o poder ali constituído.


Como símbolo de resistência e também de luta, ela nunca se rendeu às ameaças dos ricos, e era categórica em afirmar: “é preferível morrer lutando, que morrer de fome". Após a sua morte tornou-se um símbolo da existência e da resistência das mulheres trabalhadoras rurais.


LEILA DINIZ
Leila Roque Diniz, nasceu em Niterói. No dia 25 de março de 1945, morreu em 1972. Formou-se em magistério e foi ser professora do jardim da infância no subúrbio carioca. Aos dezessete anos, se apaixonou e casou-se com o cineasta Domingos de Oliveira. Seu curto relacionamento durou apenas três anos. Foi então que surgiu a oportunidade de trabalhar como atriz, tendo trabalhado em inúmeras novelas e filmes.

Pode ser considerada uma mulher à frente de seu tempo, tornou-se um símbolo irreverente da resistência à ditadura nos anos 60, com um vocabulário afiado, Leila incomodava aos mal-humorados de plantão por revelar uma fórmula alegre de vida, agindo sem hipocrisia, vergonha ou pudor, derrubando convenções e tabus. Defendia o amor livre e o prazer sexual, num tempo de machismo e conservadorismo absolutos. Além disso, foi a primeira brasileira a aparecer grávida, de biquíni, numa fotografia de revista, em 1971.

Ao dar uma entrevista ao Pasquim em 1969, escandalizou a tradicional família brasileira por falar abertamente sobre todos os assuntos, e disse: " Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo". Essa matéria proporcionou a edição mais vendida do Pasquim em todos os tempos. E foi o estopim para a instauração da censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz.


Aos 27anos, ao voltar da Austrália, onde foi recebeu um premio como melhor atriz, no Internacional Film Festival, pelo desempenho no filme "Mãos Vazias", Leila Diniz morre num desastre aéreo, em viagem de volta ao Brasil. Mais tarde, seus últimos registros, documentados num cartão postal para sua filha Janaína e em seu diário, revelariam sua felicidade por ser mãe e estar em paz com a vida.


CHIQUINHA GONZAGA
Chiquinha Gonzaga, a maestrina do Brasil

Francisca Edwiges Neves Gonzaga foi a primeira compositora da música popular brasileira, autora de duas mil composições e abolicionista. Nasceu no dia 17 de outubro de 1847, na cidade do Rio de Janeiro.


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Aos 16 anos, foi forçada pelos pais a se casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, um oficial da Marinha mercante com quem teve três filhos: João Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário.

O encontro de Chiquinha Gonzaga com o meio boêmio carioca aconteceu com o fim do seu casamento. Como uma mulher separada no século XIX era uma aberração na sociedade, Chiquinha pagou um preço alto. Foi expulsa de casa por seu pai que, a partir daquele momento, renegou sua paternidade. Levou consigo apenas o filho mais velho, João. Maria foi criada pela avó materna e Hilário, por uma tia.

Em 1877, estreou como compositora com a polca "Atraente", que foi publicada pela editora de Joaquim Antonio Calado, amigo que a ajudou a ingressar no universo musical. Com ele formou uma dupla que foi precursora do choro ou chorinho. Como maestrina, a estréia aconteceu com a opereta "A Corte na Roça", em 1885.

Ao lado da carreira de maestrina, compositora e pianeira, dedicou-se também às campanhas abolicionista e republicana. Chiquinha vendia suas músicas de porta em porta e, com o dinheiro obtido, libertou o escravo Zé da Flauta. Após a abolição da escravatura, compôs um hino em homenagem à princesa Isabel. Na campanha republicana, protestava contra a monarquia em locais públicos, utilizando-se do seu prestígio para propagar a idéia.

Chiquinha é a autora da primeira marcha carnavalesca do país, "Ô Abre-Alas", composta em 1899. Faleceu em seu apartamento, no dia 28 de fevereiro de 1935, antevéspera de Carnaval.







































PS: EM CONSTRUÇÃO... NOVOS TEXTOS SERÃO INSERIDOS.

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