"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

TROTES VIOLENTOS: A IMBECILIDADE INSTITUCIONALIZADA.


Trote, é uma tradição brasileira, que consiste em um conjunto de atividades para marcar o ingresso de estudantes no ensino superior, faculdades e universidades. Geralmente os trotes são comandados pelos estudantes mais antigos (denominados veteranos) nos recém-chegados (denominados calouros ou bixos).


Mais uma vez a imprensa nacional da destaque à bestialidade de alguns estudantes veteranos, expondo, ridicularizando, agredindo e humilhando seus futuros colegas de universidade, desta vez, foi na UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa - Pr). Na tarde desta quarta-feira, foram internados em um hospital da cidade por coma alcoólica três estudantes, entre eles dois adolescentes. Um boletim de ocorrência foi registrado pela família de um dos calouros.


Em nota, a universidade ressalta que será aberto um procedimento de sindicância, que visa "punir envolvidos", se comprovado a participação de veteranos, poderá resultar em suspensão ou expulsão dos envolvidos.


Todo ano é noticiado as barbáries cometidas em todos os cantos do País, recentemente foi na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Lá foi mostrado em rede nacional, o uso de álcool, fezes, urina, produtos químicos laçados contra os calouros. Essa prática animalesca e irracional causa traumas, distúrbios, queimaduras, escoriações e até a morte, como no caso ocorrido em 1999, quando o calouro Edison Tsung Chi Hsueh, tinha passado no vestibular para cursar Medicina, morreu após trote na Universidade de São Paulo (USP) considerada uma das melhores instituições de ensino do mundo.


No caso Edison, todos os envolvidos escolheram como profissão o curso de medicina, cuja principal missão é cuidar da saúde e de salvar vidas. No entanto, ocorreu o contrário desse propósito, os anos se passaram e poucas punições ocorreram, provavelmente os responsáveis pela morte estejam exercendo a profissão.


É lamentável que esse tipo de atitude esteja ocorrendo dentro de instituições públicas, de onde deveria sair bons profissionais. Fazer vista grossa para tais barbáries, trata-se da "intitucionalização da imbecilidade", trata-se da formação de "profissionais" sem o menor senso de ética e civilidade. Todos os casos devem ser apurados e, esses vândalos banidos daquilo que é bancado por dinheiro público.

ALGUNS AVANÇOS PARA COMBATER OS VÂNDALOS...

Para muitos professores e DCEs, só as tradicionais campanhas educativas não têm sido suficientes para conter esse tipo de trote. Pensando em reverter essa mancha que envergonha as instituições, algumas já vem discutindo em colegiados, a adoção de medidas punitivas para casos em que os trotes – ritos de passagem – passem dos limites aceitáveis.

Nesta semana, me comovi vendo calouros da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) participando de trote solidário, a exemplo de outros cursos, em outras Universidades, que canalizam toda juventude e potencial de discernimento para a realização de atos relevantes, ações sociais de interesse coletivo, são os chamados Trotes Solidários.


Parabéns para aqueles que sairam na frente e, estão tentando mudar essa prática lastimável...

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