"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

No Japão, a falta de sexo faz homens e mulheres da “geração herbívora” ficarem somente na mão.


Kamasutram (Sânscrito), conhecido no mundo ocidental como Kama Sutra, é um antigo texto indiano sobre o comportamento sexual humano. O texto foi escrito por Vatsyayana.

“Ao contrário do que muitos pensam, o Kama Sutra não é um manual de sexo, nem um trabalho sagrado ou religioso. Ele apenas debate três objectivos da antiga vida hindu - Darma, Artha e Kamadeva - a finalidade do Vatsyayana é estabelecer kama, ou gozo dos sentidos, no contexto. Assim, Darma (ou vida virtuosa) é o maior objetivo, Artha, o acúmulo de riqueza é a próxima, e Kama é o menor dos três.”

O texto foi escrito originalmente como Vatsyayana Kamasutram (ou "Aforismos sobre o amor, de Vatsyayana"). A tradição diz que o autor foi um estudante celibatário que viveu em Pataliputra, um importante centro de aprendizagem.

Parte de monumento "Kamasutram".

No Japão, a falta de sexo vem preocupando as autoridades, dois dos princípios dos escritos indianos, o Kamasutra entraram em choque. O Artha, ou acúmulo de riqueza, se sobrepôs ao Kama, que é o gozo dos sentidos. Nesse no contexto, as autoridades vem desenvolvedo estudos para resgatar o Darma (a vida virtuosa), isso para garantir o equilíbrio das relação e até a própria de manutenção da espécie.

A conclusão de economista e do governo é que para evitar o “abismo sexual” existente e aproximar homens e mulheres, seria necessário adotar medidas para aproximar os salários, reduzir a jornada de trabalho. Segundo eles, isso diminuiria a distância entre "os diferentes" e restabeleçaria o tesão de ir para a cama.

O aprofundamento da recessão econômica no Japão está criando não apenas um “abismo” entre salários, mas também condenando muita gente a viver sem sexo. Estudos mostram que quanto menor o salário de um homem solteiro japonês, menor é a chances dele dar umazinha.

O economista Kadokura descobriu ainda que 73,9% dos que menos de R$ 40 mil ao ano, nem sequer estavam saindo com alguém, e, em consequência da falta de dinheiro disseram nunca ter pisado num prostíbulo ou estabelecimento ligado a sexo. Esses, literalmente acabam é na mão mesmo.

Já que cerca de 29% das mulheres "encalhadas" responderam que não sairiam com um homem que ganhasse menos que 120 mil anual. O problema é que, segundo o Ministério do Interior do Japão, apenas 1,58 milhão de homens solteiros ganha mais do que R$ 80 mil por ano. Portanto, as mulheres japonesas terão que baixar seu padrão de exigência, sob pena de encarar a abstinência sexual pelo resto de suas vidas.

Por outro lado, homens com salários entre R$ 180 e 240 mil ao ano, atraem gueichas "apaixonadas" ou ainda, desfrutar de noitadas bordéis de luxo. Em compensação, eles se deparam com outro problema, estressados ou exaustos fisicamente devido às demandas da vida social e profissional, eles não conseguem aproveitar as vantagens do dinheiro para uma vida sexual ativa.

Mas, a grande preocupação das autoridades japonesas está na falta de tesão da juventude. Segundo a mesma pesquisa, trinta e seis por cento dos rapazes entre 16 e 19 anos maldizem a idéia de transar com alguém. Já as nipônicas vão ainda mais longe, 59% das garotas na idade do fogo, entre 16 a 19 anos, apresentam completo desinteresse por sexo. Diferente do Brasil, nessa idade todos estão subindo pelas paredes.

Lá, os jornalistas batizaram esse fenômeno de “geração herbívora”, aqui seguramente seria chamado de broxada coletiva, ou coisa pior. Mas, como diria Roberto Freire, "Sem tesão não há solução". Por aqui, como vivemos no país do futebol, somos retranqueiros e, como é característico do povo brasileiro, certamente a maioria esconde o jogo com relação a isso.

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