"Toda história tem três lados: o meu, o seu e os fatos." ( Foster Russel)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O valor do novo piso salarial de professores, ja é contestado!


O novo piso salarial estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) que será aplicado aos professores da rede pública, assim que foi divulgado já causou polêmica entre os profissionais e municípios. O valor, R$ 1.187,97, teve um reajuste de 15% em relação ao ano passado. Alguns sindicalistas quuestionam de cálculo que deu origem ao valor mencionado, entre eles, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Gilmar Soares, afirma que o valor não está correto e deveria ser superior a R$ 1.500.

No momento em que o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou o novo piso salarial dos professores, "talvez" como forma de reconhecimento e valorização dos Professores da rede pública do País. De imediato, de imediato, lembrei-se do relato de um professor da rede de ensino de Santa Catarina, publicado no Diário Catarinense, em 07 de Fevereiro de 2011. Segundo o jornal, o Professor se desdobra para melhorar a quarantir o sustendo da família trabalhando como pedreiro.


O DESDOBRAMENTO DE UM EDUCADOR NA LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA.

"Márcio Anisio Silveira, 45 anos, é professor de história e geografia da rede estadual, pós-graduado na área e pedreiro nas férias. O serviço no recesso escolar é para complementar a renda de educador. Ele é pai de quatro filhos e com o salário que recebe do Estado não consegue sustentar a família".

Segundo o Jornal, o professor de Florianópolis, costuma trabalhar 60 horas por semana, culminando num amontoados de trabalhos levados para casa, coisas como planejamento das aulas, correções de provas e de trabalhos escolares. No pouco tempo que restava para o lazer, fazia bicos como pedreiro nas férias, e, durante todo o ano letivo.


A PROPOSTA E OS PROPÓSITOS DO MINISTRO.

Pressupõe-se que para "resgatar" a autoestima dos professores, basta que o salário tenha um pequeno crescimento, que a partir de agora passa de R$ 1.024,67, para R$ 1.187,08. Com certeza isso vai gerar "mudanças significativas" na vida dos educadores, se não fosse verdade, até pareceria piada.

Em nota oficial, o Ministério da Educação explicou que os professores que têm direito a essa remuneração, são os de nível médio que trabalhem 40 horas semanais. Sendo que não há piso definido para quem trabalha apenas 20 horas. A Lei nº 11.738, que regulamenta a remuneração mínima, afirma que os trabalhadores em jornadas diferentes das 40h semanais devem ganhar salários "proporcionais" ao piso.

Em nota, o MEC diz ainda que todas as redes educacionais, públicas ou privadas, devem cumprir a determinação de aumentar os salários dos professores de acordo com o novo percentual, já que “essa remuneração está assegurada pela Constituição Federal”.


SERÁ QUE É SÓ ISSO QUE OS EDUCADORES ESPERAM?

Seguramente a valorização dos professores não pode ficar focado apenas na questão salarial ou ainda, nas capacitações oferecidadas pelos patrões. Existem outros graves problemas que permeiam a estrutura educacional. Na verdade, a questão é mais séria e profunda do que a maioria imagina, os professores foram colocados numa "cova" repleta de leões", pior, sem nenhum mecanismo de proteção ou ajuda para sair inteiro do processo.

Nos últimos anos,os professores tornaram-se refens do próprio sistema, pois vivem sob a tutela de um Estado desorientado, com políticas pedagógicas mirabolantes, utópicas e instáveis, são normas e regras que se renovam a cada dia, de acordo com as necessidades estatísticas que o Estado requisita. Além disso, o professor fica atrelado aos devaneios pedagógicos dos assessores de gabinetes, que vivem numa realidade completamente fora daquela vivenciada nas escolas.

Hoje, fala-se em inclusão, num momento em que visivelmente o professor sente-se excluído, um mero executor da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Embora haja um discurso, os professores convivem com a falta de estrutura física das escolas, com salas lotadas e ainda, com a falta de capacitação do quadro de educadores para que sejam atendidas as diversidades e clientelas específica. Essa vitrine de diversidades, faz da escola um espaço desinteressante para todos.

Outro aspecto que vou abordar, é o aparato instituido de proteção ao educando, que de certa forma acaba descredenciando, desmoralizando e tirando a autonomia dos educadores. Entre os mecanismos, o ECA que atribui muitos direitos e, se esquecede fazer cumprir as responsabilidades da família e do próprio Estado. Com isso, o professor fica exposto na linha de frente, tornando-se alvo de todo tipo de insultos, malcriações e de violência oriundas dos "educandos". Acho que a sociedade em geral esqueceu que função primórdia de educar cabe à família.


Eu particularmente acredito, que mais que salário, na verdade os professores querem mesmo é resgatar as vossas dignidades, tanto no campo salarial, quanto na questão do respeito pela categoria. O grande sonho de qualquer profissional comprometido com a aprendizagem, além de salários justos é conviver e executar políticas educacionais feitas com responsabilidade, coerência e compromisso real dos governantes para que se efetive a transformação do individuo e a inserção do mesmo na sociedade.

No que diz respeito, à qualificação pessoal dos educadores, o processo deverá consistir em "formar", muito mais do que informar, e informar muito mais do que "enformar". Somente dessa forma, a inquietação fará parceria com a ação e, as arestas existentes entre o discurso e a prática serão definitivamente rompidas.

Um comentário:

  1. Compa. Claudir
    Teu Blog tá porreta.
    E isso ai... A gente que inteiro e não pela metada.
    Aqueleabraço

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