Depois de uma semana de detenção em uma unidade da PM em Niterói, por conta da invasão ao quartel central da corporação de bombeiros do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado os 439 bombeiros presos foram libertados.
A pressão popular e a interferência de um grupo de Deputados federais conseguiram um habeas corpus para os 439 bombeiros presos. No entanto, os primeiros a serem soltos foram os líderes do movimento, que estavam detidos em uma unidade militar na capital do Rio de Janeiro. Em seguida se deslocaram para Niterói, onde estavam os demais colegas, para aguardar a libertação deles.
A segunda parte da luta que deverá ser travada pelos bombeiros e a justiça, é que além de uma denúncia Ministério Público encaminhado à Justiça do Rio, um inquérito também foi aberto na Justiça Militar para apurar as transgressões cometidas pelos bombeiros na invasão ao quartel central da corporação.
Numa tentativa de amenizar o descontentamento dos bombeiros, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou a recriação da Secretaria de Defesa Civil e decidiu pela antecipação, para julho, um aumento salarial para a categoria, mensalmente (5,5 por cento) até dezembro. Aumento esse que está muito distante do reivindicado pela categoria, que é o aumento do piso salarial de 950 para 2 mil reais, vale-transporte e melhores condições de trabalho.
Prevendo que haveria uma manifestação no domingo, o comando da PM determinou que policiais ficassem de prontidão nos quartéis durante fim de semana, em uma tentativa de esvaziar o movimento. Mas, como policiais e professores do Estado, também estão em campanha por melhores salários e condições de trabalho, isso seguramente ajudou a engrossar a manifestação.
A MANIFESTAÇÃO DO DOMINGO
Milhares de pessoas, entre bombeiros, familiares e simpatizantes participaram hoje de uma passeata em favor dos militares na orla de Copacabana no Rio. O movimento contou com o apoio de Policiais militares que também acompanharam a passeata, ao lado de lideranças políticas, professores, sindicalistas e estudantes. Segundo estatísticas da PM o número de participantes foi de aproximadamente 27 mil pessoas.
Os organizadores da manifestação soltaram aos céus 439 balões de gás, representando cada um dos militares presos. O ato começou por volta das 10h. e contou com o apoio da população, muitos idosos e crianças. Além dos manifestantes vestiram blusas e fitas vermelhas, os moradores da Avenida Atlântica estenderam panos vermelhos em suas janelas para demonstrar apoio ao movimento.
Carros da Polícia Militar e da unidade de Operações de Choque estiveram de prontidão ao longo do trajeto para garantir a segurança dos participantes, que de forma pacifica acompanhavam um carro de som, portando, faixas e camisetas produzidas pela organização do evento. Moradores da cidade também saíram de casa para participar da passeata, aplaudindo e se solidarizando com os manifestantes.
fotos: reprodução
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