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terça-feira, 12 de abril de 2011

Com a vitória da esquerda no Peru, Colômbia pode ficar isolada, dizem especialistas


A eleição presidencial no Peru, que aconteceu domingo (10/04), poderá determinar o futuro do processo de integração na América do Sul, de acordo com especialistas consultados pela agência de notícias Ansa.

Para a professora de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Miriam Gomes Saraiva, uma possível vitória do candidato esquerdista Ollanta Humala, da coalizão Ganha Peru, favoreceria uma aproximação com os governos da Bolívia e da Venezuela.

“Provalmente, se o Humala vencer, ele vai buscar aproximação com os países que compõem a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América): Venezuela, Equador e Bolívia, e outros da América Central, e vai isolar a Colômbia”, argumenta a especialista, apontando as prováveis mudanças na política exterior peruana.


Isso porque o atual governo peruano, do presidente Alan García, adotou o sentido contrário e tornou-se aliado dos Estados Unidos, tendo até firmado um TLC (Tratado de Livre Comércio), o que levou a Venezuela a anunciar seu desligamento do bloco econômico CAN (Comunidade Andina) em 2006.

“A Venezuela saiu da Comunidade Andina não apenas por causa do Peru, mas também da Colômbia, pois buscaram Tratados de Livre Comércio com os Estados Unidos”, destaca Saraiva.

Brasil

Sobre os diálogos entre Brasil e Peru, Saraiva acredita que continuará igual, independente do resultado das eleições, pois “o governo brasileiro tem boas relações com governos como Morales, Chávez”.

Para o secretário-geral da embaixada do Brasil no Peru, César Augusto Bonamigo, o diálogo bilateral é “da melhor qualidade”.

Segundo ele, isso é decorrente, entre outras coisas, do processo de integração na América do Sul, que se desenvolveu e avançou nos últimos anos, principalmente com a atuação do Mercosul e da Unasul.

“O diálogo é muito fluído. Eu arrisco a dizer que não tem como melhorar”, comenta Bonamigo, destacando que os últimos oito anos, referentes ao mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi o período mais intenso na consolidação das relações.

Para ele, como a presidente Dilma Rousseff é vista como a continuidade de Lula, não devem surgir, por parte do governo brasileiro, novos desafios em relação à integração física e econômica com o Brasil.

fonte do texto:
http://operamundi.uol.com.br

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