segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Chevron e a irresponsabilidade que custou R$ 50 milhões
Há estranheza no caso do grave vazamento de óleo na perfuração do Campo de Frade, Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.
Entre as inúmeras interrogações, inicialmente podemos considerar como a multinacional americana conseguiu ocultar por tantos dias o acidente? Por que a mídia corporativa, que vive das tragédias para aumentar a sua audiência, evitou dar destaque ao assunto?
O vazamento de óleo teve início no dia 8,, foi detectado pela Chevron no dia 9 durante atividade de perfuração no Campo de Frade. No domingo (20), a Agência Nacional do Petróleo (ANP), informou sobre o vazamento e os eventuais danos ambientais.
George Buck, presidente da Chevron Brasil, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda, que a empresa que representa no Brasil já assumiu a responsabilidade pelo acidente e está fazendo todos os esforços para solucionar o problema.
O presidente do órgão, entretanto, declarou que o vazamento foi provocado por um erro de cálculo e que o procedimento da petroleira para minimizar os impactos do derramamento tem sido correto, com a dispersão do óleo no oceano por meio de jatos de água. Para os ambientalistas o procedimento por dispersão não resolve o problema e, afirmam ser necessário o recolhimento de óleo da superfície e não sua permanência no oceano.
O jornalista Fernando Brito, do blog Tijolaço, vinculado ao deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ), não engoliu a versão da empresa e desde o dia 11 começou, solitariamente, a questioná-la e a cobrar uma posição da imprensa nacional. Foram inúmeros artigos, denunciando o desastre ambiental, o comportamento da mídia e as mentiras da Chevron.
Na segunda (21), o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, anunciou a aplicação da primeira multa contra a Chevron, no limite máximo de R$ 50 milhões de reais.
Pela manhã, Carlos Minc, secretário de Estado do Ambiente do Rio, afirmou em entrevista à rádio CBN, que pelo fato do valor da multa máxima do Ibama para crimes ambientais está defasado ele ingressará na Justiça com ação civil pública pedindo indenização pelos prejuízos causados à biodiversidade marinha e aos bens costeiros. "Num primeiro olhar pode chegar a valor pode chegar a R$ 100 milhões".
Segundo Minc, metade dos 50 milhões deverá ser usada na recomposição dos parques de Jurubatiba, Cista do Sul e Lagoa do Açu, diretamente afetados pelo vazamento.
Já a Polícia Federal, irá investigar vários procedimentos da Chevron que estariam burlando tratados, infringindo leis e até usurpando os nossos recursos naturais.
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